Honrar nosso passado
é construir nosso futuro

UMA SÓ MISSÃO

Somos um grupo voluntário unido para salvar o Solar do Almirante

A história vive em Rio Pardo

Falar da história de Rio Pardo é falar da história do Rio Grande do Sul. E não seria exagero afirmar que o Rio Grande do Sul pertence ao Brasil por causa de Rio Pardo. Tal afirmação é possível, vez que baseada na importância que teve a Fortaleza Jesus Maria José e na demarcação e preservação do domínio português contra o avanço dos espanhóis no sul do continente.

Com o Tratado de Madri, em 1750, firmado entre as duas potências, Rio Pardo passou a ser a fronteira entre as colônias a partir da segunda metade do século 17. A construção da fortaleza começou em 1753, abrigou o Regimento dos Dragões e foi palco de batalhas que consolidaram posições lusas. Nunca foi tomada, ficando assim, conhecida como a "Tranqueira Invicta".

Apesar de ter surgido por uma necessidade de estratégia militar, Rio Pardo desenvolveu aos poucos um forte núcleo populacional, que se transformou em centro comercial até meados do século 19. Os primeiros colonizadores, basicamente açorianos, conseguiram fazer progredir o município, apesar das tentativas de invasões espanholas, desenvolvendo uma forte vocação comercial, além da agricultura e pecuária.

Devido à privilegiada posição geográfica, entre os rios Jacuí e Pardo, a cidade passou a ser o principal ponto de abastecimento do Estado, atraindo tropeiros, já que o transporte era feito, essencialmente, por via fluvial.

No entanto, em que pese referida posição geográfica, sendo que o município se localiza praticamente na região central, com fácil acesso, por qualquer meio, a todos os cantos do estado, o declínio foi se acentuando gradativamente.

Resgate já!

Em razão disso, pouco resta da arquitetura açoriana original em Rio Pardo. Os sobrados e casarões de linhas com suas janelas arqueadas, eiras e beiras e cachorradas (beiradas de madeira) foram se transformando com o tempo e sofrendo influências de outras correntes arquitetônicas, principalmente do neoclássico francês do final do século 18, sendo o Solar do Almirante, um dos pouco que AINDA se mantém em pé, preservado em suas características originais.

Situado à Rua Almirante Alexandrino, nº 1050, na cidade de Rio Pardo, Rio Grande do Sul, o prédio conhecido como Solar do Almirante, foi construído em 1790, por Mateus Simões Pires, um dos primeiros açorianos a chegar à cidade. O sobrado de arquitetura colonial foi construído em barro e madeira cerca de dois metros acima da rua.

Em 2 de outubro de 1848, ali nasceu Alexandrino de Alencar, o qual, teve importante papel na política e na Marinha, fez propaganda republicana, participou da revolta de Saldanha da Gama, serviu na esquadra brasileira em operações no Paraguai, combatendo sob as ordens de Tamandaré e Barroso, foi senador, Ministro do Supremo Tribunal Militar e Ministro da Marinha.

Nas dependências do Solar do Almirante, foi inaugurado, em 1935, o Museu Barão de Santo Ângelo com uma coleção de objetos usados durante a Revolução Farroupilha, bem como, objetos indígenas e armas de desbravadores. Há, ainda, uma senzala doméstica e mobília de jacarandá de 1811.
Por ocasião da inauguração, havia cerca de 950 peças referentes à história de Rio Pardo e do Rio Grande do Sul.

Como resultado do pouco interesse pela cultura e pela história, aliados à falta de recursos da Prefeitura local, o Solar foi pouco a pouco se deteriorando. Neste momento encontra-se fechado, sob sério risco de desabamento.

Além de ser o prédio mais antigo de Rio Pardo seu desabamento nos privará de uma beleza arquitetônica e deixará a cidade mais, mais pobre, e com menos história.


Ass. dos Amigos do Solar  |  contato@solardoalmirante.com.br